terça-feira, 10 de julho de 2012

Herança para o mundo

dOCUMENTA (13):

A artista americana Amy Balkin expôs 200 cartas relacionadas à petição por ela organizada, dirigida à UNESCO, referente à inclusão da atmosfera terrestre na lista do patrimônio mundial da humanidade.






EXPOSIÇÃO DE QUADROS... NEGROS


dOCUMENTA (13):

Não há dúvida de que uma lousa bem feita ajuda muito em uma boa aula. Resta saber se também contribui para o acervo de uma exposição de arte. A dOCUMENTA resolveu apostar nisso, explorando os aspectos estéticos de algumas lousas de cientistas envolvidos em pesquisa na área de Física Quântica. Vários de nossos professores bem que mereceriam um lugar nessa exposição. Foram mostrados ainda alguns experimentos clássicos nessa área, envolvendo o comportamento de fótons em fibras óticas com o uso de interferômetros e polarizadores de onda, também com forte apelo estético.







segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lado a lado

dOCUMENTA (13):

A artista novaiorquina Mariam Ghani expôs, lado a lado, dois filmes que retratam dois edifícios que, embora tenham sido construídos em épocas, locais e contextos diferentes, guardam uma série de semelhanças, desde seu estilo arquitetônico até seu significado simbólico enquanto monumentos vinculados à modernidade e ao iluminismo, de um lado (quando de sua construção) e, de outro, enquanto marcos da decadência (quando de sua destruição na guerra). Os dois edifícios são o do Museu Fridericianum de Kassel (que você já viu em outra postagem, mas que vai abaixo novamente) e o do palácio Dar ul-Aman, em Kabul. O primeiro, destruído na 2a Guerra, foi restaurado, mas o segundo continua em ruínas. É incrível como, ao ver os dois filmes lado a lado, que mostram um percurso a pé pelo interior dos edifícios (um novo em folha e outro em ruína), notamos uma forte semelhança entre os dois. Um observador desavisado diria tratar-se de dois filmes sobre o próprio Museu Fridericianum, um feito nos dias de hoje e outro quando ainda estava em ruínas.

Museu Fridericianum:

Palácio Dar ul-Aman:


Os filmes de Mariam Ghani, na dOCUMENTA:


Camuflagem de guerra

dOCUMENTA (13):

   Durante o regime do Taliban, todo tipo de arte que mostrasse figuras humanas ou de animais era proibida e fadada à destruição. O artista Mohammad Yousef Asefi foi fundamental para salvar mais de 80 pinturas figurativas da Galeria Nacional de Kabul e 42 dos Escritórios Ministeriais por volta do ano 2000. Mohammad fingia restaurar as obras enquanto pintava, com aquarela, sobre as telas a óleo, escondendo as figuras proibidas. Precisou desenvolver uma técnica especial para isso. Depois que o regime radical foi eliminado, foi possível recuperar as pinturas originais simplesmente lavando-as com água. Eis uma de suas pinturas de paisagem.


Radinho tcheco

dOCUMENTA (13):

       Quando os exércitos do Pacto de Varsóvia invadiram a então Tchecoslováquia em agosto de 1968 para suprimir as reformas políticas do governo de Praga, muitas pessoas resistiram de modo criativo, interferindo em operações militares com gestos sutis e subversivos. Em uma dessas situações, uma nova "tecnologia" foi desenvolvida: em reação a um decreto militar que proibia que fossem ouvidas  transmissões de rádio, as pessoas começaram a fixar antenas a tijolos, em sinal de protesto, e a fingir que ouviam seus rádios. Milhares de tijolos-rádios, como esses expostos na dOCUMENTA, foram confiscados pelo exército russo.


sábado, 7 de julho de 2012

dOCUMENTA (13):

Há uma série de obras de arte de dOCUMENTAs passadas que foram mantidas na cidade de Kassel. Um exemplo é a moldura gigante que fica suspensa sobre o parque Karlsaue, do grupo de artistas e arquitetos Haus-Rucker-Co, que ali foi montada em 1977. A estrutura emoldura o lindo prédio da Orangerie (também local de exposição).




Outro exemplo é a "Himmelsstürmer" (homem caminhando para o céu), que fica na frente da antiga estação central e que fez parte da documenta 9 em 1992. Pessoalmente, acho um horror, mas é um clássico da exposição. Aí vai.


dOCUMENTA (13)

O museu Fridericianum, de Kassel, que foi destruído na 2a guerra mundial e reconstruído, é o espaço principal de exposição da dOCUMENTA. Além deste, outros museus, estações de trem, cinemas, galpões, igrejas, parques e praças recebem várias das centenas de obras da 13a edição da dOCUMENTA.



Enquanto isso, porque ninguém é de ferro...

É lógico que eu não ia perder a chance de visitar, fora a Bienal, os cinco museus nacionais de Berlim. São fantásticos e, por si só, valeriam a viagem. Refiro-me ao Altes Museum, ao Neues Museum, ao Pergamonmuseum, à Alte Nationalgalerie e ao Bode-Museum, todos localizados em uma ilha do rio Spree no centro da cidade. Aí vão algumas imagens.

Pergamonmuseum: altar de Zeus, da cidade grega de Pérgamo, trazido inteiro (ou quase) para Berlim.


Porta de Ishtar, da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo.


Neues Museum ("Neues", ou seja, novo, porque foi construído depois do "Altes", velho. O acervo é de arte antiga):




Mapa das inclinações políticas de artistas

NA 7a BIENAL DE BERLIM:

O artista Burak Arikan coletou depoimentos de 4.592 artistas em um Open Call para montar uma base de dados eletrônica que pudesse mapear minimamente seus universos de representação. Com base nisso, elaborou o mapa abaixo, utilizando como critério para o recorte de tais universos 395 diferentes inclinações políticas.



Era uma vez...

NA 7a BIENAL DE BERLIM:

Versão atualizada de Branca de Neve. Velhas referências, novos olhares.


Chave da liberdade

NA 7a BIENAL DE BERLIM:

Em 2008, os residentes do campo de refugiados de Aida, perto de Belém, na Palestina, produziram coletivamente a que é considerada a maior chave do mundo. A chave foi retirada do local em que ficava exposta publicamente na Palestina para ser exposta na Bienal de Berlim. A obra é um símbolo dos esforços pela não-violência no estado palestino e reclama o retorno de seus direitos humanos fundamentais.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Human zoo

Invasão estudantil? Ocupação da reitoria? Nada disso, apenas uma das alas principais de exposição da 7a. BIENAL DE BERLIM, apelidada de "human zoo" por seus participantes. A exposição, de um modo geral, apresenta-se bem confusa (para não dizer bagunçada e suja) neste setor. No restante do principal edifício expositivo, que não era muito grande (nada mais do que um grande casarão), talvez houvesse umas dez obras expostas. A maioria das obras da Bienal não foram efetivamente expostas, por conta de uma série de dificuldades decorrentes do estilo radical e combativo de seus organizadores. Mas isso não significa que não haja obras e artistas importantes em seu acervo. Por vezes, o próprio tipo de obra não permite sua presença em Berlim. Por exemplo, o respeitável escultor dinamarquês Olafur Eliasson ofereceu um curso de escultura aos políticos de Berlim para ampliar sua sensibilidade.



Some dream, some do, some do both

NA 7a. BIENAL DE BERLIM:




Ativismo político

DA 7a BIENAL DE BERLIN:  A faixa no alto da foto está toda dobrada, mas dá para ler que nela está escrito o seguinte: "Este não é nosso museu; este é nosso espaço de ação." Mais abaixo, dentro da porta e bem escuro, lê-se a inscrição "Occupy Biennale", do mesmo grupo que montará acampamento na frente do principal local de exposição da dOCUMENTA de Kassel, e que o fez em 2011 na Bienal de Veneza, fazendo protestos contra uma série de questões ligadas à organização desses eventos, principalmente de natureza política. A ideia básica é de que tanto as bienais  quanto a dOCUMENTA reproduzem os vícios do regime capitalista e de regimes totalitários, cofundindo arte com mercadoria, bienal com feira de arte e tolhendo a criatividade e liberdade dos artistas pela imposição de critérios institucionais artificiais.


domingo, 1 de julho de 2012

Sem palavras...

NA 7a BIENAL DE BERLIM:



Para não esquecer jamais!

NA 7a BIENAL DE BERLIM:  Em novembro de 2011, o artista polonês Lukasz Surowiec levou 320 pés de bétula da área em torno do antigo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau para Berlim para que o trágico episódio do holocausto não seja esquecido. As árvores podem ser vistas por toda a cidade.